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Um núcleo de fuzz face levado aos limites do universo conhecido!

-sem complicações: funciona em qualquer lugar do set, inclusive com wahs e buffers.
-versatilidade incomparável: fuzz selvagem ou comportado, overdrive, boost, ele faz tudo!
-controle total: graves firmes ou fuzzeados, ajuste delicado de agudos.
-chão de graves firme e cheio, agudos redondos, polido pelos deuses do fuzz!

Pois é, aquele pedal dos anos 1960 parecia um disco voador e ficou famoso graças ao grande Jimi Hendrix! Aquele discão vermelho (ou preto, ou cinza, ou azul) foi responsável por alguns dos mais incríveis sons de guitarra que ficaram cravados na mente dos guitarristas. Quem sabe o cara até veio pra Terra dentro daquele treco, vai saber! E é claro que o nome BOG vem de Band Of Gypsys; pra mim o timbre de guitarra dele começou a mudar radicalmente na época da gravação do Electric Ladyland e um pouco depois chegou na epítome do timbre do Jimi: claro, cheio, articulado, enorme, esmagador, super dinâmico… Ele finalmente parecia ter chegado lá! E este aqui é o meu tributo.

 

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A ideia aqui não é só reproduzir os timbres do Band Of Gypsys, mas sim capturar a alma vintage do fuzz face clássico, isso, aquela caixona redonda que ele amava, com um toque mais “hi-fi”. Mas se você já leu as entrevistas do Roger Mayer em livros sobre o som do Jimi, e eu já li muitas, você sabe que seguir um caminho conservador de acordo com o esquema de fábrica da Arbiter e as especificações dos originais não é muito inteligente. O sr. Mayer diz ter feito muitas melhorias e modificações naquelas caixinhas, às vezes até acrescentando mais ganho e estágios de amplificação, tanto antes quanto depois do circuito original de fuzz.

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Ele também diz que começou a mexer com transistores de silício por volta de 1968 por causa do ruído mais baixo e maior estabilidade (68 é o ano do Electric Ladyland, você vê como estamos no caminho certo?); e que o circuito do fuzz face não era o único dentro das caixas do Jimi, principalmente nos últimos anos de carreira. Para mim, isso significa que ser conservador não faz sentido aqui (e isso combina totalmente com a ideia da Deep Trip de perseguir timbres ao invés de esquemas originais).

Então, passei muitos meses com todos os meus fuzzes favoritos (originais de época, versões modernas de boutique, clones, réplicas, reedições e similares), junto com os Deep Trip antigos e protótipos, visando extrair, comparar e igualar o ataque, o voicing e o decaimento das notas pra chegar na minha versão preferida desse circuito famoso, e aí eu fiz as coisas do jeito que eu gosto (ou seja, sem miséria!) Por último mas não menos importante, embuti nele o serviço completo da Deep Trip: estágios de entrada e saída com impedâncias ideais (para ele funcionar perfeitamente com buffers, wahs, qualquer outro pedal ou amp), controle externo de bias, controle de graves e agudos… então você tem a alma de um fuzz face vintage no miolo, com muito mais controle ao redor dela e nenhum dos problemas dos antigos, que tal?

Ah, e a minha abordagem “hi-fi” ao circuito trouxe um grave firme e pesado que é difícil de ouvir em pedais de fuzz, soa lindo demais! Tem até gente que diz que o BOG não é exatamente um fuzz, mas sim um fuzz/overdrive/distortion/o que mais você precisar. Ele tem uma infinidade de timbres diferentes que vão bem além da ideia típica de Fuzz Face/Jimi Hendrix, acredite.

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O controle LOWS permite a você lapidar os graves antes da saturação e equilibrar entre aquele grave mais espesso/fuzzeado e um lado mais “tight”, com graves secos e ataque mais pontudo. Esse controle também muda o pico de frequência do pedal, então você pode mexer nele e ir encontrando seus “sweet spots” pra combinar com sua guitarra e amp. Quem acha os fuzz faces com grave muito frouxo e embolado vai amar o lado “tight”, ele funciona super bem com o captador do braço e com timbres de base, sempre que você precisa tirar esse bolo de graves do caminho. No sentido anti-horário você tem o grave cheio e sujo, com ataque mais esponjoso; girando no sentido horário você vai definindo melhor os graves (e também tornando a limpada no volume mais fácil), totalmente pra direita ele fica bem pontudo, cortando pela “purple haze” (sua palhetada aparece bem nítida e brilhante). As regulagens mais “tight” funcionam lindamente com humbuckers, neste fuzz face você não fica preso só na strato, não!

O controle HIGHS, por outro lado, trabalha no topo dos agudos e te permite viajar desde algo mais suave e arredondado até bem brilhante e agressivo. A primeira impressão é que o lado “smooth” vai te remeter mais às versões de germânio dos anos 1960, e o “bright” vai se aproximar mais do universo de silício. Mas o uso mais prático desse controle é compensar entre amplificadores e alto-falantes com respostas de frequência diferentes. Reduzir os agudos ajuda o fuzz a soar bem em amplificadores clean, por exemplo, enquanto os agudos mais brilhantes podem ajudar a destacar o fuzz num set com amp mais saturado. Você também pode precisar dos agudos mais abertos em um set que puxa mais para os graves e atenuar esses agudos se o seu set já é bem brilhante. Então, sinta-se livre para plugar este pedal em amps e falantes diferentes, a variedade de possibilidades é enorme, assim como um chef experiente faria com a velha receita strato>FF>Marshall>Celestion. O BOG se encaixa em qualquer set!
Temos também um controle de BIAS externo, que na primeira versão do BOG se chamava “mood”. Hoje em dia quase todo mundo põe controles desses nos pedais de fuzz (lá em 2007, quando a Deep Trip começou, ele não era tão popular), só que eles sempre bagunçam o volume final, então fica muito difícil fazer ajustes de bias no meio de um show, por exemplo. O nosso controle de BIAS é quase totalmente independente da amplitude de sinal, então você pode fazer mudanças grandes sem alterar o volume de saída. Legal, né? A tensão típica dos transistores é na região do meio, é onde você tem o clipping de onda mais simétrico, entenda isso como uma posição “padrão” e comece a explorar a partir dali. Aumente um pouquinho se quiser mais headroom, para o fuzz limpar mais no volume da guitarra e sua palhetada ficar mais definida; o extremo superior do controle deixa a onda tão assimétrica que você consegue até ouvir uma oitava acima! Regulagens um pouco abaixo do meio trazem mais compressão, com ataque mais esponjoso, e o extremo baixo dá até um efeito de “gate”, como uma bateria bem fraca (abaixe um pouco o volume da guitarra e você tem ainda mais gate). Divirta-se viajando por esse controle!

O controle de FUZZ parece meio óbvio, mas não se engane: diferente dos fuzz faces tradicionais, que só soam bem perto do máximo (ou só no 10!), você consegue muitos timbres incríveis com ele mais baixo. Circuitos de fuzz tradicionais soam abafados e sem vida com o fuzz ajustado baixo, mas em se tratando de pedais Deep Trip, tudo fica melhor! Ponha no máximo se quiser todo o ganho, sustain e ataque, tire um pouquinho para facilitar a limpada no volume da guitarra, e mais baixo você tem o BOG bem limpo e muito dinâmico, preservando o brilho e a definição. Você pode usá-lo até como um booster de ganho para empurrar outros pedais e amps saturados, fica incrível! Ou então pode ir para o tudo ou nada com dois BOGs juntos (sim, funciona super bem!) E não se esqueça, o controle está todo nas suas mãos! (Ou seja, varie a intensidade de ataque da palheta e o volume da guitarra, por favor! Muito da versatilidade dos pedais de fuzz reside aí!)

Em se tratando de VOLUME, os antigos precisavam estar perto do máximo para igualar o volume do bypass. Aqui não: gostamos que nossos pedais tenham volume suficiente para empurrar seu amp valvulado se você quiser, então você iguala o volume do bypass bem antes da metade do curso; dali em diante, você tem MUITO gás para saturar o que vem na sequência da sua cadeia de sinal e acrescentar mais camadas de clipping ao seu som. Experimente com um valvulado, soa incrível! Como eu disse ali em cima, o Roger Mayer diz ter experimentado muito com estágios de ganho antes e depois do fuzz para o Jimi em estúdio, então soma rum pouco de saturação de válvulas em cima do fuzz pode ser o caminho dos timbres mágicos que você procura.

Embora o núcleo do BOG seja um circuito de fuzz face modificado, a Deep Trip não para onde os outros costumam parar. Então, o BOG funciona com fonte 9V padrão, centro negativo, aquela que a maioria dos pedais usa. Sem stress aqui, não precisa de fonte exclusiva para ele, nem inversão de polaridade, bem mais simples. Ele também é completamente imune a variações de temperatura e conflitos de impedância de entrada, funciona super bem com wah-wah (~I’m a voo-doo chi-iiild~) e pode ser colocado em qualquer lugar da sua cadeia de pedais, inclusive depois de buffers, diferentemente dos fuzzes clássicos que precisam estar sempre no começo da cadeia. E como se já não fosse o suficiente, também otimizamos a impedância de saída para que ele fosse mais amigável com amps modernos, interfaces de gravação e semelhantes; é isso que faz os pedais de fuzz tradicionais soarem abelhudos e estranhos em alguns amps transistorizados modernos.

Bom, e como todo pedal Deep Trip, ele é bonito pra caramba, né? :)